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Imagem: Silvana Lage. |
Em
1988 foi aprovado o texto da Constituição Cidadã, a nossa Constituição Federal.
Pondo a última pá de terra sobre antes mortal, agora morta, Ditadura Militar,
ela entregou de vez o poder na mão de cada cidadão. Como diz o Parágrafo Único
do Artigo 1º da Constituição:
“Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos...”
Não
se engane. O político acha que tem poder porque você continua achando que ele
tem poder. O que vem após a primeira vírgula daquele parágrafo constitucional
não é pouca coisa, quem escolhe os representantes é o povo. Há trinta anos é
assim e dificilmente deixará de ser.
O
povo é tão poderoso que pode fazer muita coisa errada para si próprio. É como
um tigre brincando com seu bebê, se ele não entender a própria força, pode
acabar machucando aquilo que deveria estar protegendo como mamífero que é. Por isso,
é imprescindível que saibamos as armas que temos nas mãos antes de usá-las nas
urnas.
Por
exemplo, em 1993, 7 MILHÕES de pessoas votaram por entregar outra vez o país
nas mãos da família Orleans e Bragança. É isso mesmo, 7 MILHÕES DE CIDADÃOS
gostariam de ter novamente o regime de monarquia no Brasil. Pergunte a qualquer
um se gostaria que o Brasil tivesse um rei e veja se concorda. Claro, outros 44
milhões votaram para que permanecesse a república como forma de governo.
Apesar
da vitória, é assustador que tanta gente quisesse ter uma forma de governo tão
arcaica, mesmo que ainda seja aceita por alguns países como os regidos pela
Rainha Elizabeth II. Pode ser que um movimento de massa, um esquema muito bem
feito para convencer que a monarquia era uma boa ideia, tenha levado as pessoas
a votarem daquela forma. Ainda bem que isso faz décadas, o país não é mais
assim. Pode tirar esse sorriso irônico do rosto, obviamente eu sei que ainda
acontece esse tipo de prática nociva.
Agora
você está pensando: “essa gente burra que
apoia aquele político safado...”. Realmente, quem vota acreditando que
haverá um herói ou que uma simples passagem do bastão de quem está na liderança
do Poder Executivo nacional vai mudar o todo está sendo muito inocente. Então,
espero que você não tenha escolhido outro herói para tal façanha. Infelizmente,
política é muito mais complexa do que isso. E, o pior, não é ensinada nas
escolas. O percentual de adolescentes no último ano do ensino básico que sabe o
que faz um legislador é mínimo e, quase em sua totalidade, estão aptos a votar.
Já são cidadãos em total plenitude.
O
que acontece é que uma vez a cada dois anos, talvez nas últimas duas semanas
antes das eleições, nos preocupamos em entender um pouco de política. Aprender
em poucos dias o que deveria ser ensinado durante todo o período escolar é
impossível. É exatamente isso que nos leva a acreditar no que a pessoa com as
palavras mais bonitas em harmonia com nossos ideais é a mais apropriada para
ganhar um voto, não há o mínimo de pesquisa sobre o histórico do candidato e de
seu partido – e de seu vice. Além disso, a maioria das pessoas não dá a menor
importância para quem está elegendo para o Poder Legislativo, os principais
representantes do povo munidos de tanto ou mais poder que um Presidente da
República ou um Governador.
Estude!
Você tem o poder de mudar o lugar onde vive. Desacredite desde já que o seu
candidato pré-selecionado é melhor que os outros e pesquise sobre cada um.
Votar é mais importante que qualquer outra coisa que você faz na sua vida. É
através do voto que você pode ter uma vida mais tranquila financeiramente, que
pode garantir que a pessoa que ama não morrerá em um assalto, que pode
assegurar que um possível ataque cardíaco seja bem resolvido em um sistema de
saúde digno e, acima de qualquer coisa, que pode garantir que os futuros
cidadãos recebam educação boa o suficiente para que não votem errado. Tudo
começa no voto, é o seu representante que deve tentar promover tudo isso de
bom.
Por
favor, não estrague a minha vida. Se você não pensar antes de votar, alguém com
péssimas intenções vai pensar por você e o país vai continuar caindo no abismo
que está há muitas décadas. Aliás, se você pensa que a coisa ficou ruim após
alguma mudança política nos últimos 16 anos, má notícia, você precisa estudar
mais um pouquinho antes de votar. Se acha que tudo estava lindo há poucos anos, pior ainda.
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