FLOR

TANTA DOR POR TÃO POUCO

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Sabe aquele colega de trabalho ou de escola que gosta de apontar todos os erros de tudo e de todos? Aquele que tem certeza que está preparando você para um possível fracasso ou que está fazendo uma crítica construtiva. Se afaste agora. Vire as costas, corra e não olhe para trás até eu mandar.

A princípio ele parece ignorável, até engraçado algumas vezes. Mas, a verdade é que é o ser mais tóxico do ambiente coletivo que está inserido. Como se você estivesse com uma mochila e fossem colocando pedrinha por pedrinha, em tempo espaçado, nas suas costas. Aos poucos, você sentiria cada vez mais peso e chegaria um momento em que os únicos pensamentos seriam em como carregaria tudo aquilo durante o dia e como será bom quando chegar em casa, podendo se livrar do peso.

Esta mochila pode estar nas suas costas em qualquer lugar, no trabalho, na escola, no grupo de amigos, na sociedade como um todo. As pedrinhas podem ser aquele comentário maldoso com a cor ou o sexo, disfarçado de piada. Podem ser aquelas palavras motivacionais e pessimistas ao mesmo tempo do tipo “seja forte, todo mundo tem problemas, não é só você!” . Este é o famoso mal velado. Ele se instala nas pessoas e elas nem percebem, quando se percebe, estão o transmitindo até que algum receptor comece a difundir a mesma mensagem. Às vezes até percebem e continuam a propagar, isto se chama falta de empatia.

Ninguém sabe quem começou esta corrente que ancora a autoestima de  forma que poucos são capazes de empurrá-la para cima novamente. O que se sabe é que muitos dos receptores têm mais sensibilidade que outros e acabam por serem derrubados de vez para trás com tanto peso nas costas. Algumas delas passaram por tantos obstáculos para estarem onde estão, apanharam demais e estão na borda do precipício com as duas mãos segurando o resto do corpo, prontas para dar o último impulso até o sucesso. Aí chega o pessimista disfarçado de crítico e pisa nos seus dedos. Se não cai lá no fundo, para em um lugar anterior na subida. O fato é que terá de se esforçar mais um pouco, com a possibilidade de ter de desistir por falta de força.

Agora pare e pense na sua semana. Você pisou nos dedos de alguém? Pergunta retórica, a resposta é sim. Como disse, o mal está velado, nem mesmo o transmissor o reconhece. E, se você não acha que a queda do semelhante influencia em sua vida, saiba que você não é um ermitão e o mundo que vive é coletivo. Quando um cai, derruba outros em um efeito cascata de devastação. Quando o de trás empurra e o da frente puxa a fila, os que estão no meio andam mais rápido para frente.

A gente vive em um tempo em que cada palavra que proferimos tem muito mais potência que o normal. Nos cabe decidir se este impulso extra será usado para o bem ou para o mal.

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